Tornado símbolo da instituição, o Prédio Central do Instituto Butantan foi projetado pelo arquiteto Mauro Álvaro de Souza Camargo em 1910.
Mauro Álvaro, alcunha reduzida com que assinava seus trabalhos, nasceu em Campinas em 1874 e ingressou na Escola Polithecnica de São Paulo (atual Poli-USP), em 1895, e formou-se engenheiro arquiteto em 1900—um dos primeiros alunos a se graduar no curso que fora criado alguns poucos anos antes.
Mauro Álvaro também foi responsável por dirigir as obras de construção do edifício que foram concluídas em 1913. Contudo, sua solenidade de inauguração apenas ocorreu em abril do ano seguinte, na presença de comitiva encabeçada por altas autoridades do governo estadual e importantes membros de sociedades médicas e científicas paulistas.
A edificação foi concebida em estilo sezession (sezessionstil), vertente do art nouveau concebida em Viena cerca de 1900, a partir da Wiener Sezession (Secessão Vienense), uma associação de artistas austríacos que contava com figuras exponenciais como o pintor Gustav Klimt (1862-1918) e os arquitetos Josef Hoffmann (1870-1956) e Joseph Olbrich (1867-1908). Os motivos que determinaram essa escolha estética se devem à modernidade representada por essa linguagem arquitetônica, predominante nas recentes construções paulistas a partir dos primeiros anos do século XX. De outro lado, foi concebido a partir do contato de Mauro Álvaro com obras paradigmáticas dessa arquitetura em São Paulo. Seus autores foram mestres exemplares que serviram como fontes de origens distintas; entre as quais podemos destacar a produção de um de seus professores, o arquiteto Victor Dubugras (Estação Ferroviária de Mairinque, 1906). Outra base importante foi o destacado profissional Carlos Ekman (residência Conde Armando Penteado, 1902), expoente no métier da arquitetura dos palacetes da elite paulistana.
Entretanto, os desenhos originais da edificação do Butantan não foram localizados; mas, à época da construção, foram publicados na Revista de Engenharia, em 1911 (v. 1, n2, p. 51 – Instituto Serumtherapico de São Paulo). Outras informações mais detalhadas podem ser examinadas na publicação oficial editada para a cerimônia de inauguração: Instituto Serumtherapico de São Paulo, editado por Pocai&Weis editores, em 1914.
No acervo do Centro de Memória, encontram-se à disposição alguns documentos (manuscritos e iconografia) referentes ao Prédio Central em diversas épocas, tais como relatórios de gestão, desenhos e fotografias.
Atualmente, o Prédio Central é objeto de obras de restauro e adaptação, cuja finalidade é adequá-lo às diversas atividades da Biblioteca do Instituto Butantan.
Álbum Oscar Rodrigues Alves. Secretaria do Interior. Estado de São Paulo. Inauguração do Prédio Central. Foto: autor desconhecido. Acervo Instituto Butantan / Centro de Memória.